
A saudade de um filho querido é insubstituível. Para mitigá-la, releio a carta que lhe enviei, antes de sua morte ocorrida dois (2) anos depois, em 17/11/2006:
Meu filho: Escrevo-lhe esta com uma enorme dor no coração. Você não imagina como sofre um pai quando vê que seu filho está com problemas, e precisa da sua ajuda e não sabe como resolve-los sozinho. Por isso, rogo ao seu coração para que se deixe ajudar, e entenda que todos nós te amamos muito.
Você é muito inteligente, culto (aliás, já lhe disse isso mais de uma vez), mas não é auto-suficiente. Entenda que seu lugar no mundo é limitado pela presença de outras pessoas das quais todos nós dependemos para viver bem. Mas, por outro lado, quando se é como você, há que se entender que, colocado no centro desse universo humano, você é o centro de irradiação do bem e da felicidade daqueles que compartilham da sua vida. Logo, você não pode ser fraco, deve ser for-te o bastante para superar as pequenas dificuldades sem alterar o humor e a capaci-dade de ser solidário. Todos enfrentamos problemas. A felicidade está, exatamen-te, em saber supera-los sem prejudicar nem a si, nem a ninguém.
O perdão existe para se pedir e se conceder. Perdão meu filho se te causei algum mal, pois sempre tive em minha mente dar-lhe o melhor.
Espero, portanto, que ao sair desse lugar, onde se encontra temporariamente, para reflexão, o faça com a mente aberta, receptiva, com todo o vigor que se espera de alguém que muito tem a dar a todos nós, e a humanidade. E me perdoe, como a todos em sua volta, pois precisamos retomar o caminho de que um dia nos desviamos. Ele está à nossa frente, basta que deixemos nossos olhos enxergarem.
Um grande beijo, de seu pai que te ama muito, e que DEUS te abençoe (nota acrescentada agora: "onde você estiver").
SP, 20/11/2004
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