quinta-feira, 14 de julho de 2016

ROTARY E CRESCER (*)

(Discurso de Formatura da 35ª Turma do Curso de Educação para o Trabalho)

Queridos alunos e ex-alunos aqui presentes, meu abraço paternal.
Caros professores, monitores e funcionários, sem os quais o crescer não seria nada, eu os saúdo com ênfase;
Queridas e queridos companheiros rotarianos, com os quais partilhamos nossos ideais de servir e com quem estamos sempre realizando sonhos, próprios e de terceiros;
Minha querida esposa Maria de Fátima, de quem recebo o amor para dedicar à causa, o carinho para não desistir e o apoio para prosseguir na busca do melhor para todos nós.
Minhas senhoras, meus senhores, pais, parentes e amigos desses jovens que se entregam, a partir de agora, a realização de sua esperança, no sentido da confiança em conseguir o que se deseja, eu os respeito e admiro.
Meus queridos afilhados, da 35ª turma de formandos do CRESCER.
Tenho orgulho de estar participando deste momento, em que vocês atingem um patamar de suas vidas de que não tem mais volta.
É seguir e seguir, sempre em frente.
Vocês se lembram quando chegaram para a prova de seleção do CRESCER? de que passava pela suas cabeças? com certeza não faziam a mínima idéia do que iriam enfrentar?
Pessoas estranhas, conversa estranha. Rotary? Ideal de Servir? Que bicho é esse?
Acredito que, com o tempo, a dedicação de seus professores, o carinho dos funcionários e o inte-resse que vocês demonstraram ter, o desconhecido acabou sendo ultrapassado, e a curiosidade própria da juventude começou a trabalhar em favor do conhecimento.
E o conhecimento se fez ansiedade; a ansiedade, vontade de aprender. Com a amizade adquirida no ambiente da escola, com o respeito adquirido dentro do lar, cada um de vocês se fez adulto e está pronto para iniciar a nova etapa.
E nós nos sentimos úteis, servidores do bem estar social.
Isto é Rotary, este é o ideal de servir materializado em cada um de vocês.
Sim, foi com ideal rotário de servir que nós, rotarianos, nos dedicamos a causa dos jovens, através do CRESCER, no rastro do exemplo que nos foi legado durante estes últimos 100 anos de exis-tência do Rotary Internacional.
E será com esse mesmo ideal que iremos acompanhar a cada um de vocês em suas novas emprei-tadas, a partir do estágio em empresas idôneas, parceiras, e através de vários programas que nos são colocados à disposição pela Fundação Rotária.
E é com esse ideal que vamos nos reciclando a cada solenidade como esta, nos aperfeiçoando pa-ra servir melhor.
Jovens de meu brasil, obrigado pela lição que vocês nos transmitem a cada turma que é formada pelo crescer. Lição de humildade, reconhecendo na necessidade do outro a nossa utilidade; de solidariedade, pois é dando que se recebe, de verdade, e, principalmente, de cooperativismo, pois somente em conjunto é que conseguimos atingir os objetivos de paz social.
Por isso, meu orgulho em apadrinhar essa turma que agora, depois de um semestre, já pode dizer que as pessoas que os recepcionaram, naquele dia em que atenderam ao chamado do destino, não são mais estranhos, mas sim companheiros que os encaminhou na trilha do conhecimento;
Sabem, agora, o que é o Rotary, e os rotarianos, e que não podem deixar apagar a luz que se acendeu em seus caminhos.
Agradeço pois a Deus pela graça de me fazer cruzar os caminhos de vocês, e encontrá-los a tempo de fazermos seguir juntos, a partir de então.
Esse é o prêmio que recebo, neste momento de muita alegria, em que compartilhamos dessa vitó-ria, que não é apenas de vocês, mas de seus pais, seus professores, monitores, amigos e, principalmente, minha. FELICIDADES A TODOS, E MUITO OBRIGADO.
Genesio Vivanco Solano Sobrinho
São Paulo,16/06/2007.
(*) Rotary Club de São Paulo-Santo Amaro e Centro Rotário Educacional, Social, Cultural e Recreativo - CRESCER.

(TENHO DITO...) - AS RAZÕES DO DESCRÉDITO NO PODER JUDICIÁRIO.


Não se precisa de grande acuidade para se perceber que o Poder Judiciário se encontra desacreditado perante o jurisdicionado. Segundo indica avaliação recentemente feita por dirigentes associativos reunidos na AMB, dentre as maiores causas para esse desgaste, está a “falta de efetividade das decisões judiciais e as práticas administrativas ultrapassadas e anacrônicas no 1º e 2º graus de jurisdição”, parecendo óbvio, também, “que as qualidades do Poder Judiciário não estão sendo corretamente difundidas para a população”.
São, sem sombra de dúvidas, essas questões de enorme relevância no sentido de tornar vulnerável a credibilidade do Poder Judiciário. Mas, no meu modesto modo de pensar, a partir da experiência da judicatura numa fase de transição política e econômica por que passou nosso País, e vem passando, ainda, a questão nodal é bem outra. Trata-se de uma crise de identidade do próprio Judiciário, eis que a partir de uma preocupação exacerbada de democratizar-se, vulgarizou-se perante os olhos do jurisdicionado, e, daí, sujeitou-se a manobra de seus detratores no sentido de seu descrédito.
Os exemplos são vários, mas a politização dos juízes lidera o ranking dos males provocadores dessa situação que vivenciamos. Quando digo politização não me refiro à associação dos juízes em torno da defesa de seus interesses pessoais, profissionais e corporativos, nas AMATRAS, AJUFES, ANAMATRA E AMB. Eu me refiro à exteriorização dessa atitude política, de forma ideológica, em favor de movimentos reivindicativos sociais, ou, ainda, socializantes.
Está claro que ao se exteriorizar suas idéias por outra forma, que não seja a sentença judicial, o Juiz se sujeita às opiniões e reações contrárias, e, com ele, o próprio Poder.
Já tivemos, no passado, exemplos gritantes de submissão do poder jurisdicional ao poder político central, de modo a distorcerem-se interpretações constitucionais para atender a interesses ocasionais, e de gestão pública.
Hoje o que vemos são os juízes, a pretexto de agirem como cidadãos com poder jurisdicional, e, portanto, com responsabilidade social, ditarem normas de justiça acima de qualquer limitação legislativa, impondo o justo ao legal de forma arbitrária ou, o que é pior, comprometida ideologicamente. Quando o Poder Judiciário passa de poder jurisdicional para poder político, assume, com este, a indesejada carga de oposição dialética que o debilita e o torna parcial e tendencioso. O equilíbrio da balança perde seu centro e desequilibra as relações em julgamento.
Só existirá um Estado de Direito e Democrático quando, observada rigorosamente a Teoria da Separação dos Poderes, tivermos um Poder Judiciário autônomo, forte e que seja, efetivamente, a Balança da Justiça, posicionado entre os dois demais Poderes e infenso aos embates políticos, como mediador e fiel aplicador da lei conforme o direito emanado das fontes respectivas. Dura Lex, Sed Lex, já diziam os Romanos.
Junho, 2005.

(TENHO DITO...)



“Imagine se existisse um aparelho capaz de captar do ar tudo que foi dito pela raça humana desde os seus primeiros grunhidos. Nossas palavras provocam ondas sonoras que se propagam, e quem nos assegura que elas não continuam dando voltas ao mundo, junto com palavras dos outros, para sempre?...”
                                                                                                                   -Luiz Fernando Veríssimo.

Penso que ao escrever estas proféticas palavras preambulares, jamais Luiz Veríssimo sonhava com a onda da internet surfando pelo Facebook. Aqui, realmente, nossas palavras provocam essas ondas sonoras que lançadas no ar nos transportam para horizontes inimagináveis pela nossa vã filosofia.
Não me lembro em que ano se deu esse meu encontro com o pensamento Verissiminiano (desculpem-me o neologismo), mas sei que foi antes do Zuckemberg domar tais ondas e as direcionarem para o mundo virtual do Face.
Só sei que uma luz brilhou em minha mente iluminando um caminho a seguir, para divulgação de minhas ideias e utopias. Escrever, escrever e escrever, com a esperança de algum dia poder publicar aquilo que tivesse escrito.
Surgiu-me, então, a ideia de assim fazer, sem qualquer roteiro preestabelecido, e reunir sob o título acima – “Tenho dito...” – todos os exercícios literários, poéticos, políticos, ou de mera divagação!
Assim, durante um longo tempo, até aqui, vim fazendo. Agora, sendo um assíduo frequentador dessa rede social apaixonante, que, como previu Veríssimo, nos assegura que as palavras lançadas e suas páginas “continuam dando voltas ao mundo, junto com palavras dos outros, para sempre?... pensei em cumprir com meu propósito inicial, ou dar vazão aquilo que escrevi, ou que venha a escrever, ainda.
Assim, a partir de hoje, vou postar meus escritos sem ordem cronológica ou de assunto, apenas postando, a medida que achar interessante, dispondo-os a leitura de meus gentis seguidores, e amigos.
Tenho dito...