quarta-feira, 26 de agosto de 2009

BOTINA AMARELA

SANTO AMARO, MEU AMOR.

Era 1.943 ou 1944, não posso me lembrar porque ainda criança, mas foi por aí que meus pais vieram para Santo Amaro, eu com 5 e meu irmão, Paulo, com 2 anos, mais ou menos. Meu pai, Jacob Vivanco Solano veio assumir a gerência dos então Armazéns Cibus, com estabelecimento na Alameda Santo Amaro, lembrando- me ainda de um de seus diretores, que residia aqui, Sr. Egisto. Também, pela minha pouca idade, não me lembro de sobrenomes da época. Fomos morar na casa de “pau a pique”, como diziam, situada na Rua Amador Bueno, nº 40, quase esquina da Paulo Eiró e Praça Floriano Peixoto, onde inclusive se situava o Armazém do “Seu” Abrantes. Por sinal, era ele o proprietário da casa alugada aos meus pais e onde hoje é o BRADESCO. Para encurtar a estória, foi nesse pequeno mundo entre o terreno da Barão do Rio Branco, onde eram armados os circos que faziam a alegria da molecada – como do Mazzaropi, do Simplício, e outros... – até o final da Amador Bueno, que terminava na várzea do Rio, eu não sabia o seu nome, de um lado, e o Largo Treze de Maio, pela Rua Direita, de outro, é que eu vivia meus sonhos infantis e voava mais que os pardais da Praça do Coreto. Nessa praça, ficava o Cine São Francisco, na “Rua Direita” (que bem após fiquei sabendo chamar-se “Capitão Tiago Luz”), o Grupo Paulo Eiró, na Campos Sales (hoje, Mario Lopes Leão, aliás onde se encontra a sede da ACSP), de frente para a SubPrefeitura (hoje a Casa Amarela) e daí descia a Rua da Feira (sabe que eu nunca consegui memorizar o nome do Tte. Cel. que lhe dá nome?). Ah! que saudades... Vou parar por aqui, para não correr o risco de chorar e, sobretudo, para não fazer concorrência ao meu querido amigo Roberto Pavanelli, o grande contador de causos desta magnífica urbe.

O que eu quero dizer, finalmente, é que amo Santo Amaro, desde aquele tempo, romântico, em que, criança de apenas seis anos, podia sair de nossa casa, na Praça Floriano, ir, sozinho, até a Padaria Brasileira, ali ao lado da Ótica Luz, já próximo a Matriz, buscar o pão da manhã e, quando o dinheiro dava, comer um pudim de pão, ou de leite, minha perdição.

Por isso, ao receber hoje esse troféu, sinto-me como aquela criança de minhas recordações, feliz, descalço, pulando pelas ruas poeirentas, que deixavam as botinas de nossos caipiras amarelas.

Hoje, pois, acrescento ao meu currículo aquele que para mim é o mais importante dos títulos, o de “cidadão de Santo Amaro”, que é o que representa, em verdade, para mim esse troféu “Botina Amarela”, com que o CETRASA – Centro de Tradições de Santo Amaro, presidido pelo Alexandre Moreira Filho resolveu me homenagear, o mais valioso de todos os que já recebi até aqui e ficará guardado numa campânula de amor dentro do meu coração.
Muito Obrigado.
Santo Amaro, 24 de junho de 2004.

3 comentários:

  1. Realmente é um orgulho ser Botina Amarela, parabéns por gostar tanto de Santo Amaro.

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  2. Sou botina amrela com orgulho... Nasco no hospital zona sul... Há 42 anos atras. E amo Santo Amaro.. Minha terra!

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  3. SOU BOTINA AMARELA ,COM ORGULHO E AMOR ,AMO SANTO AMARO,NASCI NA LADEIRA AURORA ,NA CASA DA MINHA AVÓ MALVINA MENDES...VIVI ALGUNS ANOS NESSA RUA ,ONDE TODA A MINHA FAMÍLIA DE SANTAMARENSES VIVEU ATÉ QUANDO DEU PARA VIVER ,POIS DEPOIS "FOMOS DESPEJADOS" PELAS PESSOAS QUE VIERAM DE LONGE E NEM SABEM O QUE É SER SANTAMARENSE ,UMA PENA ...

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